Obediência X Omissão

Nesse tópico, gostaria de saber a opinião de todos sobre o limite de uma e da outra (obediência e omissão). Quando estamos sendo obedientes e quando estamos simplesmente sendo omissos?

O assunto é muito relevante, apesar que está meio solto. Então vamos tentar amarrar um pouco. Temos muito a aprender sobre obediência. Desde pequenos somos inseridos em uma família (seja como for) que pressupõe hierarquia e nos empurra goela a baixo a obediência aos pais. Crescemos achando que obedecer é um fardo... Não pode brincar disso, tem que ir dormir cedo, tem que ir para a aula, não comer aquilo... Enfim, somos levados a pensar na obediência como julgo opressor. Porém, não percebemos (no principio) que toda regra que devemos obedecer visa o nosso bem. Depois, um pouco mais informados e formados diante de Deus e dos homens começamos a acreditar na obediência, mas ter dificuldade de aplicá-la no dia a dia. Sobretudo quando colocamos em dúvida se devemos obedecer a Deus ou ao homem.

Vamos agora fazer um destaque para essas situações. Jesus diz diante de Pilatos que Deus permite que outros tenham autoridade sobre nós. "Respondeu Jesus: Não terias poder algum sobre mim, se de cima não te fora dado".(Jo 19,11) No entanto, muitas vezes pensamos ter um discernimento sobre a vontade de Deus mais acertado do que a quem devemos obediência. Isso acontece o tempo todo em relação aos pais, ao Pároco, ao Diretor Espiritual, ao coordenador de pastoral... É nesse contexto que acho que o título do tópico se aplica. Diante de alguma diretriz que nos foi dada, simplesmente nos omitimos para não correr o risco de errar. Ora, mas a omissão já não é um erro em si?

Lembro-me de um fato interessante que exemplifica que tem autoridade quem Deus assim quer. Um professor do papa Bento XVI (na sua época de estudante universitário), afirmava na faculdade de teologia que não era possível promulgar o dogma da Assunção de Nossa Senhora. Os alunos vendo o movimento da Igreja às portas de promulgar tal dogma, perguntam ao professor o que ele faria se a Igreja chegasse a confirmar a Assunção por meio de um dogma. Então o professor responde: "Então confiarei mais na sabedoria da Igreja do que na minha erudição". (Como não tenho o livro em mãos agora, é apenas uma adaptação de um livro sobre o papa Bento XVI que eu li).

O exemplo deixa claro uma ideia importante, se temos motivos para imaginar que o que devemos obedecer não é correto, ou não é pleno, devemos expor os motivos, mas uma vez que a autoridade não mude de idéia, devemos obedecer. Questionar quase sempre e desobedecer nunca.

Abraços...

Renan escreveu: Questionar quase sempre e desobedecer nunca.

Mateus 21

28. Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, disse-lhe: - Meu filho, vai trabalhar hoje na vinha. 29. Respondeu ele: - Não quero. Mas, em seguida, tocado de arrependimento, foi. 30. Dirigindo-se depois ao outro, disse-lhe a mesma coisa. O filho respondeu: - Sim, pai! Mas não foi. 31. Qual dos dois fez a vontade do pai?

São Pedro tbm desobedeceu em At 4,19: "Responderam-lhes Pedro e João: Julgai-o vós mesmos se é justo diante de Deus obedecermos a vós mais do que a Deus."

A obediência aos homens só faz sentido se ela tiver por fim a obediência a Deus...

Abraços

... ao menos assim espelha-se em obedecer a "alguém" que todos os crentes de coração julgam ser perfeito. Daí tecnicamente não tem porque desobedecer. Bonito isso.